sexta-feira, 10 de abril de 2009

Fique atento aos usos e Doutrinas.

Extraído do Portal Melodia.

Quando olhamos e comparamos as grandes religiões que surgiram ao longo da história da humanidade, observamos que elas têm muitas coisas em comum. A grande maioria das grandes religiões do planeta procuram dar aos que as seguem paz, conforto para a alma, equilíbrio entre matéria e espírito, encontro e relacionamento com um Ser superior. Algumas, mais recentemente, anunciam a prosperidade material como uma das virtudes desejáveis e como um sinal de autenticação na vida do fiel. Filosofia de vida Como filosofia de vida, isto é, as religiões como regra de conduta moral e social são todas muito parecidas entre si. Que diferença tem o cristianismo do budismo como filosofia de vida? Pouca, ou quase nenhuma! Que diferença tem o kardecismo do catolicismo como filosofia de vida? Pouca também, ou quase nenhuma! E qual a diferença fundamental do cristianismo em relação às demais religiões?
Ou, por que o cristianismo pode arrogar para si o título de religião autêntica do único Deus que habita os céus? Há algum elemento no cristianismo que o distinga tanto assim das demais religiões universais? Que elemento é esse? O cristianismo, tal como encontramos nos evangelhos, pode ser visto como uma boa filosofia de vida; você pode adotar o cristianismo como regra de vida, modo de conduta e base para seus relacionamentos sociais. E vai ser bom para você. Mas o que a Bíblia anuncia desde o Antigo Testamento até ao último livro do Novo Testamento é a preocupação de Deus com a salvação e a eternidade da alma do homem: onde você passará a eternidade após a sua morte física? Eternidade Não vou descrever com minúcias o pensamento de cada uma das grandes religiões, pois não é este o objetivo deste estudo.
Mas o que as religiões asseguram aos seus fiéis sobre a vida após a morte nunca pôde ser comprovado nem verificado na prática. Que provas há da reencarnação? Quais evidências de que após a morte vamos para outro planeta ou reencarnaremos em outras pessoas, animais ou insetos, como crêem os Hare Krishnas? Mas, e o cristianismo, que evidências ou que provas ele apresenta a seus seguidores? Uma evidência muito contundente: 'Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos'. (Atos 17.31) O que a Bíblia está dizendo aos seus leitores e seguidores é que o próprio Deus quis que as pessoas tivessem certeza daquilo que aconteceria a elas após a sua morte, caso elas cressem em Cristo e no evangelho.
E para que tivéssemos essa certeza, ele, Deus, ressuscitou a Cristo, como todos sabemos. É um fato; a história se divide em 'antes de Cristo' e 'depois de Cristo'. Os manuscritos são descobertos e sua veracidade é comprovada por peritos. Mas ainda há a nossa fé, que é bastante para que creiamos no que lemos na Bíblia. As bases da nossa fé São várias as passagens que apontam e descrevem a morte e ressurreição do Mestre. E todos os efeitos da obra de Cristo estão baseados nestes elementos: sua vida, morte e ressurreição. Tudo o que aconteceu nos anos e séculos posteriores a Cristo têm fundamento único e exclusivo no fato de Cristo ter vivido, morrido, ressuscitado e subido aos céus. O apóstolo Paulo disse sobre isso: 'E ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo'. (1Corintios 3.11)
Toda essa obra, chamada obra da redenção, é divina. Não há participação humana até esse ponto, senão, apenas após a ressurreição de Cristo. Tudo o que foi feito para que o homem pudesse ter comunhão com Deus, foi feito pelo próprio Deus. A Bíblia diz que, por causa do pecado, o homem foi afastado de sua comunhão com o Criador: 'Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus'. (Romanos 3.23) Se fomos afastados da glória, da comunhão e intimidade com o Senhor, é evidente que, em primeira mão, nós nada podemos fazer para que essa comunhão seja reatada. Se o homem pudesse fazer alguma coisa, teria feito antes, e há muito tempo estaríamos unidos. Mas, como disse, tudo foi feito por Deus. Ele se interessou por nós primeiramente: 'Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios' (Romanos 5.6), e 'estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)' (Efésios 2.5).
E ainda 'Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna'. (João 3.16) Veja que tudo parte de Deus, tudo tem início nele em nossa direção. Só depois de ele ter efetuado sua obra é que o homem pode entrar em cena. A partir daí, da morte de Cristo, é que somos chamados a participar dessa obra para ter de volta o acesso àquela glória da qual havíamos sido 'destituídos'. E a participação humana na obra de Deus, a aceitação ao chamado divino, é a porta de entrada para a salvação que a Bíblia anuncia deste o Antigo Testamento. O Plano da Salvação Os teólogos chamam a obra de Deus de Plano da Salvação. Assim, eles dividem essa obra em alguns pontos, a fim de facilitar a compreensão de cada detalhe tão importante nela apresentado.
Assim, quando Deus nos dá o sei Filho, como está descrito em João 3.16, para que creiamos nele, ele nos dá sem cobrar nada. Ele envia Cristo ao mundo sem se importar se alguém o aceitará ou não. É evidente que em sua onisciência ele sabe que milhares crerão. Mas como ele é Deus, quer propor essa possibilidade ao homem, independente de o homem aceitar ou não. Deus nos ama, e isso atende às suas próprias exigências do seu amor; não importa se nós o amamos também. Ele nos ama, e por isso nos dá gratuitamente seu Filho Jesus. Isso é o que chamamos 'graça'. Ele dá sem nada cobrar; é de graça. Em outras palavras, graça é o favor de Deus, é o favor que não merecemos, pois pecamos. Graça é favor imerecido. Lemos há pouco, em Efésios 2.5, que somos salvos pela graça. O favor de Deus é que gera a nossa salvação. Mas em seguida ao favor de Deus existe a participação humana, a nossa resposta positiva ou negativa ao que Deus fez. Podemos recusar o que Deus fez, rejeitando o chamado, o convite à salvação.
Mas também podemos aceitar que a morte de Cristo tem como objetivo salvar minha alma de estar afastada eternamente de Deus. Assim, a nossa participação já não é chamada de graça. Graça é o que Deus faz. Nós participamos da salvação através da 'fé': 'Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus'. (Efésios 2.8) O apóstolo afirma aqui que a salvação vem de Deus (pela graça sois salvos), e tem a participação humana (por meio da fé). Primeiramente Deus prepara o dom, o favor, depois nos apropriamos dele por intermédio da fé, ou seja, usamos a nossa fé para ter acesso ao que Deus quer nos dar. Observe ainda que novamente Paulo afirma que a salvação é um presente (um dom) de Deus para o homem. Quando um ensinamento bíblico é apresentado de forma exaustiva e convincente, chamamos esse ensino de doutrina. Doutrina bíblica é o conjunto de textos sagrados, não isolados em seu sentido, que formam o fundamento ou a base de um ensino geral sobre determinado assunto.
Renovação espiritual A doutrina da salvação é apresentada na Bíblia de forma clara e eficiente. É verdade que não tenho aqui espaço para apresentar todo o Plano da Salvação. Seriam necessárias mais páginas, pois há muitos aspectos. Há o aspecto da substituição, da justificação, do arrependimento, da conversão, do crescimento espiritual, da santificação, glorificação. Enfim, há muitos ensinos agregados ao Plano da Salvação. Mas considere, ainda, uma questão: O que diz respeito à salvação? Ou, de que se ocupa a doutrina da Salvação? Basicamente de duas coisas:
1) de apresentar elementos e ferramentas que afastem o pecado humano que faz separação entre ele e Deus; e
2) propor uma nova vida de vitória entre Deus e o homem salvo. 'Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito'. (Romanos 8.1) Essa afirmação de Paulo expressa a espiritualidade do assunto em pauta. É uma obra espiritual, que visa o espírito e a alma do homem.
É uma obra interior e completa, realizada no interior do homem, em seu coração e em sua mente. Em outra passagem Paulo diz para renovarmos nossos pensamentos, renovarmos aquilo que vai dentro de nossa mente: 'E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento [vossa mente]'. (Romanos 12.2) Assim, o 'arrependimento' é o que o homem faz para conseguir de graça o perdão de Deus. A fé na obra de Cristo morto na cruz leva-nos a arrepender-nos de nossos pecados. O arrependimento traz o perdão de Deus e esse perdão derruba a barreira de separação entre nós e o Criador. De que devemos nos arrepender? De ter ignorado e rejeitado o cuidado de Deus para conosco.
De ter nos afastado de Deus enquanto Ele queria aproximar-se de nós. De tê-lo rejeitado e, seguindo nossos próprios desejos, ter vivido uma vida de pecado aos olhos dele. Depois disso, juntos, o homem e o seu Salvador, devem andar juntos para que nós cresçamos espiritualmente. Ou, nas palavras de Paulo, transformemo-nos pela renovação da nossa mente. Hebreus também diz assim: 'Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos'. (Hebreus 6.9) O escritor estava falando que os cristãos deviam crescer espiritualmente, e não ficar apenas agindo e pensando como crianças na fé. Deviam deixar a doutrina de arrependimento, batismo e conversão, pois isso era coisa para novos-convertidos. Eles, pelo tempo que estavam na igreja, deviam ocupar-se de coisas mais maduras, mais fortes, mais elevadas. Coisas que acompanham a salvação.
As diferenças básicas
Por isso entendemos que, pelo que lemos até aqui, a salvação é uma obra que acontece no mundo invisível, e que nós sentimos em nossa vida porque andamos em espírito, e não mais segundo a carne. (Romanos 8.1) Mas o homem, falho que é, gosta sempre de acrescentar algo ao que Deus fez. Foi assim no jardim do Éden. Foi assim na saída do Egito. É assim até hoje. Você leitor acompanhou passagens importantes que descrevem o que a Bíblia apresenta ao homem para que ele creia e seja salvo. Notou, também, que se trata de uma obra riquíssima, valiosíssima, e ainda há detalhes tão belos que não caberiam aqui se fossem apresentados. Obra digna de um Deus Criador como é o Deus da Bíblia.
Mas o que vemos em muitas igrejas é exatamente o que Jesus viu no tempo em que andou entre os homens: líderes impondo aos mais fracos o 'seu próprio plano da salvação'. Isso mesmo, homens, líderes de grandes e pequenas igrejas, adotando seu próprio plano de salvação. Com isso, cometem absurdos em nome da Bíblia, de Cristo e do cristianismo. Ao invés de apresentarem o que a Bíblia expõe com clareza e simplicidade, complicam a entrada dos homens ao Reino de Deus. Há dois mil anos Jesus já disse aos fariseus hipócritas: 'Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus, e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando'. (Mateus 23.13)
Qualquer outra condição apresentada para a salvação é herética. Isso mesmo: herética. Tudo aquilo que o homem apresentar como condição para entrada no céu, que não seja a graça de Deus e a nossa fé e arrependimento, deve ser considerado um falso ensino. Há religiões que ensinam a necessidade das boas obras. Mas a Bíblia diz que boas obras não salvam: 'Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie'. (Efésios 2.8 e 9) Paulo é claro quanto a isso: Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Senão alguém poderia dizer: eu mereço a salvação, pois fiz isso e aquilo. Mas não, o mérito é de Deus. É graça mais fé. Outros segmentos do cristianismo ensinam, ainda, que é necessário pertencer a essa ou àquela igreja.
Alguns apóstolos de Jesus também pensavam assim: 'E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue'. (Marcos 9.38) Mas Jesus os censurou dizendo: 'Jesus, porém, disse: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim'. (Marcos 9.39) Novamente cabe aqui o que disse há pouco: é por graça e fé, e não por pertencer a essa ou àquela denominação. Há, ainda, um grupo que causa danos profundos. São os que usam 'uniformes evangélicos'. Esses impõem a seus fiéis que devam adotar determinado tipo de traje a fim de alcançarem o Reino dos Céus! Para isso, fazem uso distorcido de uma famosa passagem da Bíblia. Sua idéia é padronizar os crentes, fazendo-os usarem todos o mesmo tipo de vestimentas como prova de unidade em Cristo, como evidência de uma só fé, um só pensamento, um só espírito.

Pastor Magno Paganelli
Um parceiro Melodia

Nenhum comentário:

Postar um comentário