terça-feira, 17 de novembro de 2015

Morre o cantor Luiz de Carvalho



* * * Extraído do CPADNEWS * * *
Ele sofreu um AVC isquêmico e voltou a ser internado no dia 27 de outubro
Com informações Facebook / Luiz de Carvalho | 17/11/2015 - 09:50

Faleceu na madrugada desta terça-feira (17), por volta das 4h30, o cantor Luiz de Carvalho. O cantor estava internado, no Hospital da Unimed, em São Bernardo do Campo (SP), desde o dia 27 de outubro, quando sofreu um AVC isquêmico.

Luiz de Carvalho dedicou toda a sua vida ao serviço do Reino. De acordo com palavras da filha numa rede social, “Luiz foi um homem que deu sua vida pelas outras pessoas”.

Luiz de Carvalho serviu a Deus servindo às pessoas que estavam ao seu redor. Sempre humilde, foi cantar nos cantinhos mais distantes e inacessíveis deste grande Brasil. Viajou pela Europa e Estados Unidos pregando o Evangelho, levando a mensagem de Cristo a todas as pessoas. Sua voz inconfundível e marcante entoava os louvores de maneira singela, e através destes louvores o Espírito Santo de Deus tocou no coração de milhares de pessoas.
Luiz de Carvalho tinha 90 anos. Ele nasceu em Bauru (SP), em 16 de maio de 1925. Ele foi o primeiro cantor evangélico a gravar um LP. O cantor lançou mais de 40 álbuns, 2 DVD´s e um livro.
Informações sobre velório / sepultamento:
Hoje - 17/11/2015
Culto fúnebre e velório na Igreja Batista Paulistana
Endereço: Rua Bueno de Andrade, 679 Aclimação - São Paulo
Horário: 20h
Amanhã 18/11/2015
Culto fúnebre na Igreja Batista Paulistana
Endereço: Rua Bueno de Andrade, 679 Aclimação - São Paulo
Horário: 9h
Amanhã 18/11/2015
Sepultamento no Cemitério Vila Euclides
Endereço: Praça da Saudade, 01 - Jardim do Mar, São Bernardo do Campo - SP, 09726-140
Horário: 11h30.


Tags: CPADNEWS, Evangelho, Jesus Cristo, Luiz de Carvalho, Luto, Música

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

'iFé', app para evangélico, tem de chat com pastor a dízimo pago online

* * * Extraído do Portal G1 * * *

App chega a fiéis em setembro; 7 igrejas, donas de 300 templos, aderiram.
“A palavra do Senhor a qualquer hora, em qualquer lugar”, diz slogan.

Helton Simões GomesDo G1, em São Paulo




Um aplicativo promete conectar igrejas evangélicas e fiéis 24 horas por dia ao fornecer serviços como bate-papo direto com o pastor de preferência e pagamento online do dízimo. O “iFé” começará a ser oferecido aos seguidores de sete denominações pentecostais e neopentecostais a partir de setembro, afirmou ao G1 um de seus criadores, Júlio Marcelino.
Se você leu “iFé”, pensou ser algo criado pela Apple e pronunciou “Aifé”, errou. “É a tecnologia próxima da fé”, explica Marcelino, para quem o nome do app não tem chance de ser colocado ao lado de iPhone, iPad, iPod, iTunes e outras marcas dos serviços da empresa norte-americana. “Acredito que não há esse risco, mesmo porque essa empresa está num universo pequeno e não é todo mundo que tem condições de adquirir os equipamentos que você abordou."

Quero Te Escutar
Com o slogan “a palavra do Senhor a qualquer hora, em qualquer lugar”, o app é a ponta de lança de uma plataforma que promete criar uma rede de relacionamento para igrejas e seguidores não se largarem. O canal possui vários serviços.
O “Quero Te Escutar” reúne vídeos e músicas de cultos, além de uma área com versão digital da Bíblia. Também permite a troca de mensagens diretas com o pastor. Como cada templo pode ter mais de um, é o fiel quem escolhe com qual irá conversar. "É para quando ele, por exemplo, conseguiu um objetivo ou está num momento de dificuldade e quer conversar com o pastor", diz Marcelino.

Eu Tô Aqui, Irmão

Algo como um “Swarn religioso”, o “Eu Tô Aqui, Irmão” serve para os fiéis avisarem onde estão às pessoas de sua congregação, e vale não só para indicar que esteve no culto. Ela replica o tradicional “check in”, criado pelo app “Foursquare”. Mas não só. A função mostra aos evangélicos se há nos arredores templos de sua denominação.
Eu Contribuo
Já o “Eu Contribuo” leva para o mundo dos smartphones o dízimo entregue durante os cultos. As transferências podem ser feitas via cartão de crédito, débito em conta e boleto. Marcelino conta estar nos planos incluir outras opções, como um tipo de arranjo de pagamento digital.
O iFé foi apresentado durante o 4º Salão Internacional Gospel, que ocorreu em São Paulo no começo de agosto. Segundo Marcelino, as primeiras igrejas a aderirem ao projeto estão cadastrando informações no app, como a inclusão dos endereços de todos seus tempos no Brasil e no mundo (há denominações com atuação no exterior) e a criação de perfis hierárquicos para pastores. Por isso, ele ainda não revela quais são elas, mas diz que as sete possuem ao todo quase 300 igrejas.




Engajamento evangélico
Os fiéis só poderão se cadastrar quando esse processo for encerrado. Quando for liberado, o iFé sairá para iOS e Android. Quando selecionar no aplicativo ser membro de alguma igreja, como Universal do Reino de Deus, Deus é Amor ou Assembleia de Deus, por exemplo, o religioso passará a receber apenas atualizações de sua congregação. As mensagens que circularem ali não poderão ser compartilhadas em outras plataformas, como Facebook ou Twitter, diz Marcelino.
O iFé é outro serviço de nicho que mira evangélicos a surgir em 2015. Durante a Marcha para Jesus, que aconteceu em São Paulo, a rede social FaceGlória foi lançada para ser uma opção ao Facebook.
Católico, o engenheiro Julio Marcelino diz que passou a admirar o mundo dos evangélicos enquanto trabalhava no aplicativo e que a escolha por mirá-los “foi uma decisão que a gente tomou pelas características de engajamento deles”. Ele lista a participação maciça em eventos golpe, o contato com músicos desse gênero e com programas de vídeo. “A gente teria que fazer um estudo para saber se é adequado a outros segmentos, nichos de mercado.”


Tags: Aplicativo, Evangelho, Fé, G1, Notícias,Tecnologia

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Os portões da cidade de Golias


* * * Extraído do Portal UOL * * *

POR RLOPES

Uma passadinha rápida por aqui só para não deixar em branco a descoberta bíblica do dia: arqueólogos israelenses afirmam ter identificado o portão e as fortificações da cidade de Gath, nada menos que a terra do guerreiro gigante Golias, segundo a Bíblia. Confiram as fotos abaixo.
A equipe de Aren Maeir, arqueólogo da Universidade Bar-Ilan, tem conduzido um projeto de longo prazo na localidade da antiga Gath, hoje território (e parque nacional) em Israel.




Gath, para quem não sabe, era uma das principais cidades dos filisteus, povo de origem indo-europeia que invadiu a Palestina por volta de 1200 a.C. e virou uma pedra no sapato dos israelitas. Golias teria sido um famoso soldado filisteu derrotado em combate singular pelo futuro rei David, com seu famoso golpe de funda.

Mais detalhes (em inglês) nesta reportagem do jornal “Jerusalem Post”.

Tags: Golias, Jerusalém, Rei David, UOL

sábado, 11 de julho de 2015

Dois membros do Estado Islâmico se convertem

* * * Extraído do CPADENEWS * * *
Missão Voz dos Mártires divulga testemunhos
Fonte: Gospel Prime / com informações The Blaze | 08/07/2015 - 15:40

A missão Voz dos Mártires trabalha com apoio a igreja perseguida no mundo todo. Em um programa de rádio no início deste mês, divulgou dois testemunhos notáveis sobre ex-membros do Estado Islâmico que abandonaram o grupo terrorista após um encontro com Cristo.
Um cristão identificado apenas como “Julian”, que trabalha para a organização missionária Operação Mobilização conta que conheceu um ex-soldado do Estado Islâmico que teve uma visão com um símbolo cristão que mudou sua vida.
“Inesperadamente, ele viu diante de si uma cruz”, disse Julian. “Para um soldado do EI essa não é uma boa notícia. É uma má notícia!”. Intrigado, o homem fui procurar na internet sites muçulmanos que poderiam lhe ajudar a entender o que isso significava. Acabou encontrando um site cristão e começou a ler. Isso impactou sua vida.
“Ele saiu da Síria, voltou para a Turquia e encontrou um crente que compartilhou com ele o evangelho. Então ele aceitou Jesus”, comemora Julian.
O missionário também compartilhou uma outra história emocionante. Um motorista de táxi cristão que trabalha no Líbano, perto da fronteira com a Síria, foi chamado para uma corrida até o aeroporto.
O passageiro era nada menos que um sheik – líder religioso muçulmano – que estava na Síria ensinando os soldados do EI sobre a jihad – guerra santa proclamada no Alcorão.
“Eu estou voltando para a Arábia, mas antes eu queria conseguir uma Bíblia”, disse ele para a surpresa do motorista.
O taxista concordou em comprar uma Bíblia para o sheik, não sem antes perguntar por que ele queria ler o texto cristão. “Eu sou da Arábia. Eu sou um sheik… Mas estou farto de tanta matança. Deve haver algo melhor do que isso”. Para o missionário, esse é um sinal de conversão, pois Bíblias são proibidas na Arábia Saudita.
Julian contou que muitos dos cristãos que são sequestrados pelos soldados islâmicos tem falado de Cristo e até orado por seus inimigos. Isso estaria constrangendo muitos a ouvir o Evangelho.
O missionário pede ainda que os cristãos do mundo todo continuem orando por esses novos convertidos e pela conversão de soldados do Estado Islâmico.

O testemunho de outro ex-soldado tem causado grande impacto no Oriente Médio após seu encontro com Jesus em um sonho. 


Tags: Conversão, Cristianismo, Evangelho, Evangelismo, Jesus Cristo

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Pastor se orgulha de filha que foi morta por não negar a Cristo


* * * Extraído do CPADNEWS * * *
Programa da BBC mostra o crescimento da perseguição a cristãos
Gospel Prime, com informações The Christian Post | 10/07/2015 - 12:00
O canal inglês BBC apresentou um programa esta semana sobre a situação das meninas de Chibok sequestradas em 2014 pelo grupo extremista Boko Haram na Nigéria.
Mais de 270 delas foram levadas pelos muçulmanos e muitas já morreram. Dentre as que fugiram, a maioria está grávida. Algumas ainda estão casadas com seus captores e há registros que agora estão matando cristãos em nome da jihad.
Entrevistado pela BBC, um pastor nigeriano fez uma declaração que está gerando polêmica. Pai de uma das meninas sequestradas, ele soube que ela se negou a converter-se ao Islã. Forçada a escolher entre sua vida e sua fé, morreu apedrejada por causa de Cristo.
Ele disse ser “grato” por saber da decisão da filha. Identificado apenas como Mark, emocionou-se ao contar o final da vida de sua filha, Monica.
“Disseram que a minha filha se recusou a mudar de religião. Eles [soldados do Boko Haram] cavaram um buraco e enterraram-na até o pescoço, apedrejando-a depois até a morte”, diz o pastor. “Saber que ela morreu por amor a Cristo é a coisa mais feliz para mim. Fico grato que ela não mudou sua religião. Ela confiava em Deus”, ressalta Mark.
Sua mulher, identificada apenas como Martha, acrescentou: “Eu acredito que ela morreu com dignidade. Monica está agora no céu, porque recusou a converter-se [ao Islã]”.
A reportagem da BBC para o programa Panorama da última semana, destacou que a grande maioria das meninas eram cristãs. Todas estavam estudando quando foram levadas pelo grupo terrorista que acredita que isso é um pecado, pois mulheres não podem frequentar uma escola.
Os jihadistas forçaram-nas a se converter ao islamismo, depois foram forçadas a casar com os soldados. Algumas foram vendidas como escravas sexuais.
O Boko Haram estabeleceu um reino de terror há seis anos na região norte da Nigéria. Estima-se que matou 5.500 civis desde o início de 2014, quando intensificou seus ataques. Alegando ser parte do califado dos extremistas do Estado Islâmico, adotou muitas das mesmas táticas usadas no Iraque e na Síria.
Isso inclui matar todos os cristãos que se recusam a converter-se ao Islã. O grupo tem como alvo eliminar o cristianismo do país e estabelecer a sharia – lei religiosa islâmica. Cerca de metade dos nigerianos seguem o cristianismo e o governo tem sido incapaz de combater esse grupo terrorista com eficácia.
A fuga de três mulheres que eram prisioneiras do grupo tem oferecido relatos assustadores de como é a vida sob o domínio do Boko Haram. Além de passar fome, elas são submetidas a todo tipo de humilhação. Duas das fugitivas são adolescentes e estão grávidas. Com informações de Christian Post
Assista:



Tags: Apocalipse, Cristianismo, Evangelho, Jesus Cristo, Perseguição a Cristãos

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Primeira Bíblia impressa em inglês será leiloada por £ 35 mil (euros)


* * * Extraído do CPADNEWS * * *

Fonte: Guia-me / com informações The Guardian | 30/06/2015 - 10:05

A cópia da primeira Bíblia impressa em inglês foi comprada pelo valor de 25 xelins, o equivalente a 1,25 libra esterlina. No próximo mês, esta mesma versão do livro sagrado será leiloada em torno de £ 35 mil (euros), o equivalente a R$ 171 mil, na Inglaterra.
O atual proprietário comprou esta edição da Bíblia em um "sebo" nos anos 60, em Cambridge, quando era estudante.
A Bíblia em questão, com tradução William Tyndale, foi impressa em 1537. Ela é a primeira cópia da Bíblia original de Tyndale, finalizada em 1526.
No período de sua tradução, Tyndale desafiou diretamente a hegemonia da Igreja Católica Romana. Depois de ser preso em Antuérpia, o tradutor foi executado como um herege em 1536, e todos os exemplares do livro descobertos na Grã-Bretanha foram queimados.
Quatro anos após a morte do tradutor, Henry VIII ordenou que quatro traduções inglesas da Bíblia fossem publicadas na Inglaterra.
"Não apenas no aspecto religioso, mas essa Bíblia é uma contribuição para o idioma inglês. Muitas pessoas disseram 'sem Tyndale, sem Shakespeare'. Ele transformou e contribuiu muito com o idioma inglês", disse Peter Selly, especialista em livros e manuscritos na Sotheby.
Sobre o atual proprietário, Selly disse: "Ele ama o livro e tem o valorizado por um longo tempo. Ele só percebeu seu verdadeiro valor nos últimos meses".
"Ainda que muitos sebos tenham fechado no país, nos últimos anos, você ainda pode fazer descobertas, embora seja mais difícil, porque há poucas livrarias independentes hoje em dia", ponderou o especialista.
A Bíblia será leiloada em Londres, no dia 15 de julho.

Tags: Bíblia, Cristianismo, Jesus Cristo

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Advocacia Geral da União diz que presença da Bíblia em escolas não ofende a laicidade do Estado

* * * Extraído do Portal CPADNEWS * * *
Advogados observaram que a Bíblia é o livro mais lido do mundo, e portanto, é de interesse público que ela seja mantida ao alcance da população
Fonte: Gospel Mais | 28/05/2015 - 16:30

As leis estaduais que exigem a manutenção de exemplares da Bíblia Sagrada nas escolas públicas não ferem o princípio de Estado laico, segundo a Advocacia Geral da União (AGU).
O posicionamento da AGU sobre o tema se deu porque a Procuradoria-Geral da República (PGR) moveu uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar leis de quatro estados que preveem a obrigatoriedade da presença de exemplares da Bíblia Sagrada no acervo de escolas e bibliotecas públicas.
As ações, movidas pelo procurador-geral Rodrigo Janot, pretendiam derrubar leis do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, de Mato Grosso do Sul e do Amazonas sobre o tema.
A AGU apresentou o parecer ao STF defendendo que as legislações atuais em vigor “não ofendem o direito à liberdade de expressão, de pensamento e de crença religiosa, nem tornam o Estado promotor de uma religião específica”, segundo o jornalista Felipe Marques, assessor da AGU.
Os advogados observaram que a Bíblia é o livro mais lido do mundo, e portanto, é de interesse público que ela seja mantida ao alcance da população por sua “extraordinária dimensão histórica” que a “constitui como fonte de informação universal, geral, religiosa, filosófica, literária”.
O principal argumento usado pela Secretaria-Geral de Contencioso (SGCT), órgão da AGU, é que o princípio de laicidade estatal não pode ser confundido com uma “inimizade com a fé”, destacando que o Estado laico deve ser visto “como um vetor da liberdade de expressão, que não afasta completamente o Estado da crença religiosa”.
A SGCT frisou ainda em seu parecer que na Constituição Federal, o princípio de laicidade do Estado funciona como um impedimento da existência de uma relação de aliança ou dependência do Poder Público e qualquer crença religiosa, e uma prova disso é que a própria carta magna prevê a possibilidade de colaboração entre o Estado e instituições religiosas em prol do interesse público.
No entender da entidade, “o laicismo exacerbado, como ocorre, ainda hoje, na França, em que é vedada a utilização nas escolas públicas de símbolos religiosos considerados ostensivos” é rejeitado pelo ordenamento jurídico brasileiro: “A liberdade religiosa constitui uma especificidade da liberdade de pensamento e, como tal, está umbilicalmente ligada ao princípio da dignidade humana, que não se pode ter como respeitado onde não seja assegurada a plena liberdade religiosa”, pontou.

Tags: Bíblia, Estudos, Laico, Religião

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Santos foge de periguetes e comemora título paulista com 'balada gospel'


* * * Extraído do Portal UOL * * *


Samir Carvalho
Do UOL, em Santos (SP)
04/05/201506h00

A festa do título paulista de 2015 do Santos foi bem diferente das comemorações das conquistas dos últimos anos, quando Neymar comandava a folia com lista fechada e "periguetes". Em 2012, por exemplo, a festa tinha dez mulheres para cada homem.
Desta vez, a comemoração foi carregada de música gospel. O atacante Ricardo Oliveira, pastor do elenco santista, convidou um grupo de louvor de uma igreja evangélica, que ficou tocando musicas cristãs durante a festa no salão de mármore da Vila Belmiro.
Mesmo com a trilha sonora gospel, a festa também contou com cerveja para os convidados que não frequentam a igreja com Ricardo Oliveira e companhia.
Os jogadores participaram da festa com seus familiares. Robinho esteve presente com sua esposa e filhos, mas não quis falar com a imprensa no local. Ricardo Oliveira, Gabriel Barbosa e Gustavo Henrique também levaram suas famílias para a festa.
"É uma grande porta que se abre, estamos em evidência, numa vitrine. Não podíamos deixar de agradecer a Deus publicamente [na festa]. Essa [futebol] é uma ferramenta para nós", afirmou Ricardo Oliveira, que lembrou a forma religiosa que o Santos comemorou os gols no Paulistão.
"Não foi uma imposição, isso partiu do coração. Nós reconhecemos que toda honra e glória seria dada ao Senhor. Os gols que fazíamos nós iríamos nos ajoelhar e deixar claro a quem nós servimos e damos a glória. Isso nós fizemos em quase todos os gols, cumprindo o ide do Senhor. Nós temos a mídia para usar em favor do reino de Deus", disse.
A festa do título do Santos contou com atletas, integrantes da comissão técnica, além de outros setores do clube – departamento jurídico, marketing, comunicação e outros.
Nesta segunda-feira, os atletas titulares ganharão folga e, por isso, o treino marcado para as 15h30 (de Brasília), no CT Rei Pelé, contará com a presença apenas dos reservas.
Os principais jogadores, inclusive, serão poupados para o duelo do Santos contra o Maringá, nesta quarta-feira, às 22h (de Brasília), válido pelo jogo de ida da segunda fase da Copa do Brasil.

Tags: Cristianismo, Evangelho, Evangelismo, Futebol, Jesus Cristo

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Descoberta de geólogo reacende debate sobre ossos de Jesus em Jerusalém

The New York Times 
Isabel Kershner
Em Jerusalém
13/04/201506h00

* * * Extraido do Portal UOL * * *
Ossário com a inscrição "Judá, filho de Jesus", encontrado no túmulo de Talpiot

Aclamada por alguns como a mais significativa de todas as relíquias cristãs, mas negada por céticos em meio a acusações de falsificação, interpretação errônea e especulação precipitada, dois artefatos antigos encontrados em Jerusalém desencadearam um debate arqueológico e teológico acirrado nas últimas décadas.
No centro da discussão está uma série de inscrições que levaram alguns a sugerir que Jesus de Nazaré era casado e teve um filho, e que a Ressurreição jamais poderia ter acontecido.
Agora, a terra pode ter revelado novos segredos sobre essas antiguidades controversas. Um geólogo de Jerusalém acredita que estabeleceu uma relação entre elas que reforça o argumento de sua autenticidade e importância.
O primeiro artefato é um ossário, ou uma caixa para enterrar ossos, que traz a inscrição em aramaico "Tiago, filho de José, irmão de Jesus", que o colecionador de Israel que é seu proprietário diz ter comprado de um negociante de antiguidades em Jerusalém Oriental na década de 70. Mais de uma década atrás, a Autoridade de Antiguidades do governo de Israel declarou que a parte da inscrição que dizia "irmão de Jesus" era uma falsificação e entrou com acusações contra o colecionador; um tribunal de Jerusalém decidiu em 2012 que o Estado não tinha conseguido provar seu caso.
O segundo artefato é um túmulo descoberto em um canteiro de obras no bairro de Talpiot, em Jerusalém Oriental, em 1980, que foi alçado à fama por um documentário de 2007, "The Lost Tomb of Jesus" ["O Túmulo Perdido de Jesus"]. O filme foi produzido por James Cameron ("Titanic") e roteirizado por Simcha Jacobovici, um cineasta nascido em Israel e que vive em Toronto. Ele foi exibido pela primeira vez no Discovery Channel em 2007.
A câmara funerária, que depois ficou conhecida como túmulo de Talpiot, continha dez ossários, alguns com inscrições que foram interpretadas como "Jesus, filho de José", "Maria" e outros nomes associados a figuras do Novo Testamento. O grupo de nomes levou Jacobovici e seus defensores a argumentarem que este talvez fosse o túmulo da família de Jesus de Nazaré, uma afirmação sensacional rejeitada pela maioria dos arqueólogos e especialistas, que disseram que esses nomes eram muito comuns naquela época.
Críticos como Amos Kloner, arqueólogo do distrito de Jerusalém na época, acusaram Jacobovici de tirar conclusões precipitadas para promover seu filme. Jacobovici e seus defensores dizem que se pudesse ser provado que o ossário conhecido como de Tiago, cuja proveniência não é clara, veio do túmulo de Talpiot, os nomes inscritos nele, acrescentados ao grupo de nomes encontrados no túmulo, aumentariam as chances de o túmulo pertencer à família de Jesus de Nazaré.
Aí entra o geólogo Aryeh Shimron. Ele está convencido de que fez essa ligação, ao identificar uma combinação geoquímica bem definida entre elementos específicos encontrados em amostras coletadas no interior dos ossários do túmulo de Talpiot e do ossário de Tiago.
Quando os ossários de Talpiot foram descobertos, eles estavam cobertos por uma camada espessa de um tipo de solo, o rendzina, que é característico das colinas de Jerusalém Oriental e foi capaz de impor uma assinatura geoquímica única sobre os ossários enterrados sob ele.
"Acho que tenho provas realmente fortes e praticamente inequívocas de que o ossário de Tiago passou a maior parte de sua vida, ou de sua morte, no túmulo de Talpiot", disse Shimron em uma entrevista no saguão do hotel King David enquanto apresentava suas descobertas, ainda não publicadas, a um repórter pela primeira vez.
Um Indiana Jones improvável, Shimron, 79, nasceu na antiga Tchecoslováquia e é especialista em gesso. Hoje aposentado como pesquisador sênior do Serviço Geológico de Israel, um instituto governamental especializado em ciências da terra, ele esteve envolvido com a geologia arqueológica nos últimos 20 anos.
Shimron baseou sua pesquisa na teoria de que um terremoto que estremeceu Jerusalém no ano 363 d.C. inundou o túmulo de Talpiot com toneladas de terra e lama, deslocando a pedra de entrada e cobrindo os ossários de giz completamente, algo pouco comum. "O solo criou uma espécie de vácuo", disse ele. "A composição do túmulo foi simplesmente congelada no tempo."
Nos últimos sete anos, Shimron vem estudando a química das amostras raspadas da parte de baixo da crosta de giz dos ossários de Talpiot e, mais recentemente, do ossário de Tiago. Ele também estudou amostras de solo e cascalho de dentro dos ossários. Além disso, para fins de comparação, ele examinou amostras de ossários de cerca de outros 15 túmulos.
Jacobovici, que vem documentando a pesquisa para outro filme, disse que "a produção" financiou o trabalho de laboratório.
A Autoridade de Antiguidades de Israel forneceu acesso à maioria dos ossários e retirou a maior parte das amostras sob a direção de Shimron. Uma porta-voz da autoridade disse que a entidade forneceu alguma consultoria técnica para o filme de Jacobovici, mas que não o manteve atualizado sobre a pesquisa.
Shimron estava em busca de quantidades incomuns de elementos derivados do solo rendzina, como silício, alumínio, magnésio, potássio e ferro, bem como elementos de rastreamento específicos, entre eles fósforo, cromo e níquel – componentes característicos do tipo de solo argiloso de Jerusalém Oriental que, segundo ele, encheu o túmulo de Talpiot durante o terremoto. Os resultados, diz ele, colocam claramente o ossário de Tiago no mesmo grupo geoquímico que os ossários do túmulo de Talpiot. "A prova vai além do que eu esperava", disse ele.
Hoje, o túmulo de Talpiot está lacrado, no subsolo, sob uma laje de concreto em um pátio localizado entre prédios de apartamentos comuns na rua Dov Gruner, em Talpiot Oriental, e seus ossários estão sob custódia da Autoridade de Antiguidades de Israel. O ossário de Tiago foi devolvido a seu proprietário, o colecionador Oded Golan, que mora em Tel Aviv e guarda a caixa em um local secreto.
No entanto, as descobertas de Shimron devem reacender as controvérsias do passado.
Existe a ideia de que os restos mortais, que incluem matéria óssea, de Jesus de Nazaré sugeririam que não pode ter havido uma ressurreição do corpo. Além disso, especulações de que uma das caixas de ossos encontrada em Talpiot pode ter pertencido a Maria Madalena, enquanto outro trazia a inscrição "Judá, filho de Jesus", só aumentou a controvérsia das descobertas.
Embora dez ossários tenham sido desenterrados em Talpiot, apenas nove permanecem lá. Apesar de os arqueólogos dizerem que o décimo era uma caixa simples e quebrada que foi jogada fora, isso, também, gerou perguntas e teorias da conspiração, incluindo teorias de que o ossário de Tiago era o décimo e que desapareceu misteriosamente de alguma forma.
O colecionador Golan recentemente deu a Shimron acesso a seu ossário de Tiago para realizar os testes, mas disse que era cético quanto aos resultados. Por um lado, Golan disse em uma entrevista por telefone que comprou o ossário no máximo em 1976, ao passo que o túmulo de Talpiot foi escavado em 1980. (Se Golan tivesse comprado o ossário depois de 1978, ele poderia ter sido reivindicado pelo estado de acordo com a lei de antiguidades de Israel.)
Mesmo que a química esteja correta, o ossário de Tiago poderia ter vindo de outro túmulo em Talpiot Oriental, disse Golan, acrescentando que uma pesquisa como esta exigiria amostras de uma base de testes muito mais ampla.
"É muito interessante, mas não é o suficiente para determinar nada de forma conclusiva", disse Golan sobre o trabalho de Shimron. "Seriam necessárias amostras de pelo menos 200 a 300 cavernas."
Shimon Gibson estava entre os arqueólogos da Autoridade de Antiguidades que entraram no túmulo de Talpiot logo que foi descoberto nos anos 80. Ele disse recentemente que ficou claro que a entrada subterrânea para o túmulo tinha sido aberta desde a antiguidade e que o túmulo tinha se enchido de terra abruptamente como resultado de um único acontecimento rápido – possivelmente um terremoto.
Gibson e outros arqueólogos concluíram que ladrões de túmulos tinham provavelmente estado lá durante o período bizantino. Mas descartou qualquer possibilidade de que o ossário de Tiago tenha desaparecido quando o túmulo foi descoberto.
"Eu mesmo escavei um punhado de túmulos que estavam abertos e cheios de terra", disse Gibson. "Pessoalmente, acho que o ossário de James não tem nada a ver com Talpiot."
Ainda assim, diz Gibson, a comunidade acadêmica está aguardando ansiosamente a publicação dos resultados do Shimron em uma revista científica para ser revisada por pares.
Shimron, enquanto isso, diz estar se preparando para uma tempestade de críticas inevitável, inclusive por parte de pessoas que consideram abominável que um cientista, nas palavras dele, fique "brincando com os ossos de Jesus e Maria".
Tradutora: Eloise De Vylder

Tags: Cristianismo, Evangelho, Jesus Cristo, Ressurreição, Teologia

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

5 mitos sobre a 'Bíblia manipulada'

* * * Extraído do Portal UOL * * *

POR RLOPES
26/02/15  17:36



É impressionante a quantidade de lendas urbanas, preconceito e desinformação que grassa por aí quando o assunto é a maneira como a Bíblia foi escrita, editada e transformada num cânone, ou seja, num conjunto (mais ou menos) fechado de livros adotado por muitas religiões como algo dotado de autoridade religiosa. Mas nada tema, mui gentil leitor — este post abordará (e desmontará) cinco grandes mitos sobre o tema e, espero, trará alguma luz ao debate. Vamos a eles?
Mito 1: a Bíblia que temos hoje foi “inventada” no Concílio de Niceia
Nananinão, dileto leitor. O Primeiro Concílio de Niceia, realizado no ano 325 d.C. na cidade romana de mesmo nome (localizada na atual Turquia), foi uma grande reunião de bispos (cerca de 300) convocada pelo imperador Constantino. Seu principal tema foi a cristologia, ou seja, debates sobre a exata natureza de Jesus Cristo e sua relação com Deus Pai. O concílio deu o passo decisivo para definir que Jesus compartilhava da mesma natureza de Deus e existia desde o princípio dos tempos, não tendo sido “criado” em qualquer sentido ordinário. A agenda do concílio incluía várias questões menores, como a data correta da celebração da Páscoa cristã. Mas em NENHUM momento incluiu discussões sobre os livros que deveriam ou não ser incluídos na Bíblia. Repito: esse tema simplesmente NÃO foi debatido em Niceia.
Mito puro, portanto.
Mas, se é mito, quando diabos o cânone foi fixado, afinal? Bem, depende. De maneira geral, pode-se dizer que, no fim do século 4º d.C., uns 50 anos depois de Niceia, a maioria das igrejas cristãs aceitava mais ou menos os textos ainda aceitos hoje. Mas alguma variação continuou ocorrendo, e nenhum grande pronunciamento oficial e definitivo aconteceu ao longo do milênio seguinte. No Ocidente, foi só no século 16 que católicos e protestantes cristalizaram seus cânones ligeiramente diferentes, com alguns livros a mais ou a menos no Antigo Testamento, como veremos a seguir.
Mito 2: ao longo dos séculos, a Bíblia foi constantemente manipulada e alterada. Não fazemos a menor ideia de quais eram os textos originais
Esse mito é mais complicado porque contém alguns elementos de verdade. Vamos examinar a questão, pensando primeiro no cânone judaico (o nosso Antigo Testamento) e depois no cânone cristão.
Primeiro, o fato é que a tradição de manuscritos do Antigo Testamento é muito antiga e bastante bem documentada. Os famosos Manuscritos do Mar Morto, achados na Cisjordânia nos anos 1940 e 1950, remontam até o século 2º a.C., em alguns casos, e vão até o século 1º da Era Cristã, ou seja, têm cerca de 2.000 anos de idade. A maior parte desses manuscritos corresponde a trechos de quase todos os livros da Bíblia hebraica, ou Tanakh, como também é conhecida — só não há na coleção trechos do livro de Ester.





Tem variação quando comparamos os textos bíblicos dos Manuscritos do Mar Morto com os textos hebraicos preservados pela comunidade judaica, os chamados textos massoréticos, que datam do século 9º d.C.? Tem variação sim, e considerável – trechinhos a mais ou a menos, trocas de letras, confusões de significado etc. Isso é especialmente verdade em textos de natureza poética, que possuem vocabulário mais complexo e de difícil interpretação. Mas há relativamente pouca coisa que tenha algum significado teológico ou histórico muito importante nessa variação. Algumas versões dos Salmos dos Manuscritos do Mar Morto, por exemplo, parecem dar a entender a existência de outros deuses além do Deus bíblico, Yahweh (nome geralmente traduzido como “o Senhor”). Mas essa inferência também pode ser feita com base nos manuscritos mais conhecidos da Bíblia, por exemplo. Não é nada propriamente bombástico.
Já falamos dos textos do mar Morto e dos massoréticos, ambos em hebraico, que parecem concordar em muita coisa, ainda que não em tudo. Há ainda duas outras tradições importantes de textos do Antigo Testamento. A mais “estranha”, do nosso ponto de vista, é a dos samaritanos, o grupo de adoradores do Deus bíblico que vive ao norte de Jerusalém e era considerado herético pelos judeus. Os samaritanos possuem sua própria Torá, ou seja, o conjunto dos cinco primeiros livros da Bíblia, o Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). De novo, no geral, os textos batem, embora a Torá samaritana “puxe a brasa para a sardinha” de seus copistas, dizendo por exemplo que o local correto de adoração a Deus é o monte Gerizim, na atual Cisjordânia, e não Jerusalém, como defendem os judeus. Mas não passa muito disso — não é que a Torá deles diga “chutai a canela do seu pai e da sua mãe” em vez de “honrai pai e mãe”. Mais uma vez, trata-se de uma versão em hebraico.
Finalmente, há ainda a antiga tradução da Bíblia hebraica para o grego, a chamada Septuaginta, ou versão dos Setenta (assim chamada porque teria sido feita por setenta sábios judeus que viviam no Egito por volta do ano 200 a.C., segundo a tradição). De novo: há variantes significativas entre o texto da Septuaginta e os textos em hebraico? Tem bastante, de fato, o que indica que provavelmente os tradutores usaram um texto-base diferente da versão massorética. Mas, outra vez, é preciso ressaltar que essas diferenças não costumam ser radicais do ponto de vista semântico e teológico. Um dos problemas importantes da Septuaginta talvez seja a passagem na qual a palavra hebraica “almah”, que designa uma jovem do sexo feminino que ainda não teve filhos, foi traduzida como “parthenos”, que normalmente (mas nem sempre) significa “virgem” em grego. Foi essa passagem, do livro do profeta Isaías, que serviu de base para a ideia de que a concepção virginal de Maria nos Evangelhos cumpre a profecia de Isaías.



Esse detalhe é teologicamente importante, sem dúvida, mas é um dos poucos exemplos de diferenças de peso. Resumindo: no caso do Antigo Testamento, apesar das muitas variantes, estamos falando de uma tradição de manuscritos que manteve considerável estabilidade ao longo de muitos séculos. Não há sinal de nenhuma conspiração para manipular em larga escala o conteúdo desses textos. No geral, os antigos judeus (e samaritanos) parecem ter respeitado o conteúdo tradicional de tais textos.
E no caso do Novo Testamento? Bem, os mais antigos fragmentos em grego desses livros que chegaram até nós são do começo do século 2º d.C. — cerca de um século, portanto, depois da morte de Jesus. Mas textos maiores só aparecem no século 3º d.C. O consenso entre os historiadores, no entanto, é que a maior parte do Novo Testamento foi escrita bem antes, entre 65 d.C. e 100 d.C. Mais uma vez, existem variantes? Sim, centenas de milhares, mas a grande maioria delas não tem grande significado. Num post anterior já falei de uma das mais importantes, a do “final alternativo” do Evangelho de Marcos. Outros trechos que podem ter sido alterados por causa de disputas teológicas envolvem interpretações adocionistas, ou seja, a ideia de que Jesus teria sido apenas adotado por Deus, e não seria seu Filho desde sempre. No geral, porém, vale o mesmo que dizemos sobre o Antigo Testamento: quando comparamos todos os manuscritos que chegaram até nós, não há sinais de manipulações de larga escala dos textos.
O importante aqui, eu acho, é pensar no contexto e na maneira como funcionavam as tradições religiosas na Antiguidade. Os textos que acabaram compondo o cânone da Bíblia já circulavam e eram venerados havia séculos quando o cristianismo se consolidou. Eram lidos, comentados, estudados e muito bem conhecidos. Alterá-los totalmente provocaria muitas brigas e não serviria a grandes propósitos. O mais lógico era aceitá-los mais ou menos como eram e investir em interpretações que casassem bem com a teologia cristã nascente.
Mito 3: os Manuscritos do Mar Morto contêm evangelhos apócrifos que revelam verdades chocantes sobre Jesus
Esse mito é fácil de derrubar, em contraposição ao anterior. Não há NENHUM texto cristão em meio a esses manuscritos, gente. A única relevância deles para o estudo do Jesus histórico é o fato de que eles nos ajudam a entender como era o judaísmo na época em que Cristo viveu. Fora isso, nada.


Mito 4: os evangelhos apócrifos são uma fonte mais confiável sobre a figura histórica de Jesus do que os que foram incluídos na Bíblia.
Outro mito que vai ao chão com relativa facilidade. Hoje, quase todos os historiadores concordam que é preciso ler com muito cuidado os Evangelhos canônicos — Mateus, Marcos, Lucas e João — se a ideia é buscar informações historicamente confiáveis, porque o interesse dos evangelistas era fazer teologia, e não história no sentido moderno. Mas, e esse é um grande mas, a maioria dos historiadores também concorda que, se esses textos têm problemas do ponto de vista histórico, os evangelhos apócrifos, ou seja, não incluídos na Bíblia, são ainda mais problemáticos, em geral.
Isso porque tais textos foram, em geral, escritos bem depois dos Evangelhos canônicos e estão cheios de material lendário e especulações teológicas ainda mais ousadas do que os textos presentes na Bíblia. São quase “fan-fic” — aqueles textos escritos por fãs de um livro ou de um filme usando personagens criados por outra pessoa em suas próprias histórias.
Há uma possível exceção importante nesse caso, porém. Trata-se do Evangelho de Tomé, encontrado no Egito e feito quase que só de frases impactantes de Jesus, ou de parábolas contadas por ele. Alguns estudiosos importantes acreditam que Tomé preserva algumas versões das falas de Jesus que se aproximam mais do que ele teria realmente falado em vida. Mas muita gente discorda deles.
Mito 5: as Bíblias católicas e ortodoxas incluem textos apócrifos que não fazem parte do cânone “correto” do Antigo Testamento 
Esse é outro mito com nuances, como o mito 2. De fato, o que a Bíblia das igrejas protestantes inclui em seu Antigo Testamento é um conjunto de livros exclusivamente traduzidos do hebraico para as línguas modernas. São os mesmos livros incluídos pelos judeus atuais em seu Tanakh desde mais ou menos o ano 100 d.C. As Bíblias católicas e ortodoxas incluem ainda outros livros, como Judite, Sabedoria e Eclesiástico, que foram traduzidos do grego e a respeito dos quais se acreditava que tinham sido escritos originalmente em grego e/ou nunca teriam feito parte do cânone de qualquer grupo judaico.
Acontece, porém, que na época de Jesus o cânone judaico ainda estava “semiaberto”, e ao menos alguns grupos de judeus parecem, sim, ter considerado que tais livros eram canônicos. Trechos do Eclesiástico, por exemplo, foram achados entre os Manuscritos do Mar Morto, e em hebraico. A mesma coisa vale para o livro de Tobias – trechos em hebraico e aramaico também constam da “coleção” do mar Morto.
Isso significa que esses livros “devem” fazer parte do cânone? Depende. É claro que, no fundo, essa é uma discussão cultural e teológica. Mas o que claramente não funciona muito é dizer que o judaísmo nunca aceitou esses livros como parte das Escrituras — em alguns casos, essa informação parece não proceder.
Ah, e pros leitores que às vezes pedem minhas fontes, alguns livros ótimos para entender melhor os temas a seguir:
– Série “Um Judeu Marginal”, de John P. Meier, editora Imago;
– “The New Testament: A Historical Introduction to the Early Christian Writings”, de Bart D. Ehrman, Oxford University Press;
– “Uma História Cultural de Israel”, de Júlio Paulo Tavares Zabatiero, editora Paulus.
E dois excelentes cursos gratuitos online.
Sobre Antigo Testamento:
http://oyc.yale.edu/religious-studies/rlst-145
E sobre Novo Testamento:
http://oyc.yale.edu/religious-studies/rlst-152
Ambas da Universidade Yale, nos EUA.


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