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Terrorista acabou sendo preso após o tiroteio, mas
foi perdoado pelas próprias vítimas em um encontro na prisão
Fonte:
Guia-me / com informações CBN News |
24/08/2018 - 16:15
Junto com sua esposa e filha, Ray deixou sua cidade para se juntar
ao trabalho humanitário da Visão Mundial na Mauritânia, uma república islâmica
na costa oeste da África.
“Eu
sabia que havia alguns extremistas no país que não estavam satisfeitos com
nossa presença. Pedras eram jogadas em nossos carros. O governo colocou guardas
em nossa casa, escritório e na escola da minha filha. Foi um tempo muito
tenso”, disse Ray à CBN News.
Quando
as tensões diminuíram, Ray decidiu levar sua filha, Hannah, para uma praia
próxima e foi abordado por um homem árabe. “Ele me perguntou se eu era
americano. Eu disse sim. E então ele agradeceu, deu uns três passos, se virou e
me chamou”, relata. “Quando me levantei, ele tinha uma pistola apontada para o
meu peito. E, claro, como pai, todos os meus pensamentos eram ‘como eu protejo
a Hannah?’”
Quando
Ray se mexeu para entrar no veículo, o homem puxou o gatilho, mas a arma
falhou. “Ele bateu duas vezes na arma e mirou novamente. Mas com os gritos da
Hannah, ele tirou a mira de mim e apontou para ela”, relata.
Hannah
lembra: “Meu pai se jogou contra a janela para bloquear a visão do homem sobre
mim. E quando ele fez isso, a bala disparou”. Ray acrescenta: “A bala passou
pelo meu braço direito. O vidro estourou em todos os lugares, entrou em nossos
olhos e na nossa pele”.
Ray
conseguiu deixar o local com sua filha em segurança, mas algo estava errado.
“Senti falta de ar, como se alguém tivesse me dado um soco”, Hannah recorda. “A
bala que passou pelo meu braço atingiu o peito dela. Então meu mundo
desmoronou”, Ray lembra.
Teste de fé
Mesmo
vendo a situação de sua filha, Ray foi tomado pela certeza de que ela não
morreria. Ele correu para a clínica mais próxima e pediu para sua garotinha ter
fé. “Ele me pediu: ‘Preciso que você ore’. Eu disse: ‘Tudo bem papai, eu posso
fazer isso’. Eu apenas clamei o nome de Jesus”, Hannah afirma.
No
momento do desespero, Ray lembra que discutiu com Deus em suas orações:
“Senhor, não deveria ser assim”. No entanto, a bala que acertou Hannah não
atingiu seus pulmões ou coração, mas deslizou sobre a caixa toráxica e saiu
pela axila.
“Eu
me lembro de levantar as minhas mãos com lágrimas, dizendo ‘Senhor, obrigado.
Suas promessas são verdadeiras e fiéis’. E me lembro de um amigo muçulmano
olhando para mim, dizendo: ‘Sim, seu Jesus é fiel’”, conta Ray.
Ato de perdão
Poucos
dias após o tiroteio, as autoridades prenderam o atirador, Ali Ould Sidi. Seis
meses depois da prisão, a família conseguiu ter 5 minutos para uma visita em
uma detenção na Mauritânia.
“Ver
ele me deu um alívio, porque eu vi que ele também era humano. Ele não era um
monstro, ele era apenas um homem. Ele parecia muito triste”, disse Hannah, que
aproveitou o encontro para perguntá-lo por que atirou em seu pai.
“Ele
parou por um tempo e disse ‘perdi a cabeça’. Eu disse: ‘Ali, não tenho nenhuma
mágoa no coração por você e perdoo você. Ele congelou por alguns segundos.
Quando ele olhou para cima, todos nós pudemos ver que ele tinha lágrimas nos
olhos. Eu vi o quão frágil ele era”, recorda Hannah.
Helene,
mãe de Hannah, reconhece que não foi um momento fácil. “Eu estava tremendo. Eu
também ouvia Deus me guiando para me aproximar desse homem. Comecei a explicar
que talvez Deus estivesse pensando nele quando protegeu Ray e Hannah, porque
Ele tinha desejos e planos para sua vida”, ela conta.
Nova surpresa
No
dia seguinte, a família recebeu uma carta manuscrita de Ali. “Não consigo
encontrar as palavras para descrever nosso encontro. Embora eu ainda sinta
remorso pelo mal que causei a você, as palavras não podem expressar a
profundidade da minha alegria em te ver com sua filha. Muitas vezes ouvi falar
da caridade, da bondade e do amor dos cristãos. Quando você veio me ver, eu vi
e experimentei isso”, dizia a carta.
De
acordo com a lei da Sharia, o perdão público da família ajudou a diminuir a
sentença de Ali, que foi libertado após um ano de prisão. Eles nunca mais o
viram, mas essa experiência apenas fortaleceu sua fé.
“Deus
nos dá essa capacidade de perdoar e amar que não é natural. Como seres humanos
naturais, não podemos”, disse Hannah. “Deus amou o mundo de tal maneira que deu
o seu Filho. Deus amou tanto os muçulmanos… que Ele deu o seu Filho”, completa
Ray.
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