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Mesmo perdendo familiares, casas e igrejas, os cristãos estão prontos
para perdoar e seguir em frente.
Fonte: Guia-me /
com informações CBN News | 24/08/2018
- 13:45
Há quatro anos, mais de 140 mil cristãos enfrentavam um êxodo em massa enquanto militantes do grupo terrorista Estado Islâmico invadiam as planícies de Nínive, no Iraque. Milhares de casas, igrejas e até mesmo locais sagrados como o túmulo de Jonas foram destruídos.
Por mais de
2000 anos, Nínive foi a pátria histórica dos cristãos caldeus, siríacos e
assírios. Tudo o que foi construído em milênios foi vandalizado em poucos dias.
“Quando o EI varreu o norte do Iraque, eles dizimaram a população cristã. Eles
deram às pessoas a opção de se converter, morrer ou em alguns casos fugir”,
disse Andrew Walther, da organização Cavaleiros de Colombo, à CBN News.
Nos dois anos
seguintes, o grupo terrorista destruiu mais de 13 mil casas, 263 propriedades
das igrejas e 140 edifícios públicos. “O objetivo do EI também era explodir
monumentos, igrejas ou coisas que indicassem uma crença religiosa que estavam
em desacordo com o Estado Islâmico”, acrescentou Walther.
Embora o
Estado Islâmico tenha perdido espaço na região, as cicatrizes do terrorismo
ainda estão nas cidades e aldeias de Nínive. Algumas cidades ainda zonas de
guerra onde a população original não pode voltar e outras ainda têm minas
terrestres que oferecem riscos.
Refugiados
cristãos fugindo do Iraque após domínio do Estado Islâmico, em 2014. (Foto:
Stivan Shany)
Apesar dos
grandes desafios, os cristãos iraquianos estão voltando aos poucos para suas
comunidades com a ajuda de grupos de ajuda humanitária. Os Cavaleiros de
Colombo investiram cerca de US$ 2 milhões para levar centenas de famílias de
volta e reconstruir seus lares.
“A igreja é a
única organização que trabalha com os cristãos do Iraque e outras minorias para
recuperar suas casas”, disse o padre Salar Kajo, que trabalha com o Comitê de
Reconstrução de Nínive (NRC, na sigla em inglês). “Se essas famílias não
voltarem para suas casas, o cristianismo desaparecerá do Iraque.”
A NRC estima
que cerca de 8.815 famílias cristãs iraquianas retornaram às planícies de Nínive
desde que o Estado Islâmico foi derrotado, mas a segurança ainda é um item
preocupante. A ONU estima que entre 20 mil e 30 mil combatentes do EI ainda
estão operando no Iraque e na Síria.
Segundo
especialistas, o grupo terrorista está posicionado para capacitar seu califado
e ressurgir. “O EI tem mais capacidade do que a Al-Qaeda no Iraque entre 2006 e
2007, quando operava como o Estado Islâmico do Iraque”, disse o porta-voz do
Pentágono, Sean Robertson. “O EI continua sendo uma ameaça”.
Um
homem caldeu trabalhando na reconstrução com um jovem vizinho em Karemlash, no
Iraque. (Foto: Martyn Aim)
Força do perdão
Embora os
extremistas do EI tenham tido a intenção de exterminar os cristãos das
planícies de Nínive, aqueles que estão voltando para casa estão prontos para
perdoar e seguir em frente.
“Algo que os
cristãos de lá me dizem sempre é que o perdão é um grande elemento [do
retorno]”, disse Walther. “A ideia de que a comunidade cristã pode perdoar é
uma espécie de fermento como resultado disso, é algo que eles levam muito a
sério”.
Esse mesmo
sentimento é ecoado pelo padre Salar Kajo: “Em nome de Jesus Cristo tudo é
possível. O povo sofreu muito durante três anos como refugiado no Curdistão
iraquiano, enfrentou muitas dificuldades. Mas eles têm uma fé que lhes permitiu
superar tudo”, destacou. “Essa fé também possibilita que eles realmente vivam
esse perdão”.
Tags: Cpadnews, Cristianismo,
Evangelho, Igreja, Jesus Cristo, Perdão, Salvação
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