* * * Extraído do Portal Cpadnews * * *
Mídia local e nacional incita o ódio
contra a pequena comunidade cristã do país, ligando-a ao caso Andrew Brunson
Fonte: Portas Abertas | 07/03/2019 - 15:40
O caso do pastor americano Andrew Brunson, que ficou preso por
dois anos na Turquia, desencadeou um aumento no discurso de ódio contra a
pequena comunidade cristã do país. Líderes cristãos da Turquia afirmam que há
um “clima de insegurança” nos indivíduos e nas igrejas. De acordo com o
relatório anual de direitos humanos de 2018 da Associação Turca de Igrejas
Protestantes, o número de ataques que incitavam o ódio aos cristãos
“simplesmente por causa da sua crença” nos meios de comunicação locais e
nacionais do país aumentaram durante a prisão de Brunson.
O
relatório disse que as 150 igrejas protestantes do país acompanharam de perto o
caso do pastor Brunson e foram incomodadas com a prática comum da mídia de
associar igrejas e cristãos com organizações terroristas, sem dar nenhuma prova
ou evidência. Pelo contrário, acusações de falsas testemunhas contra Brunson
foram tomadas como verdadeiras. Publicações locais e nacionais se recusam a
conceder a igrejas e indivíduos caluniados seu direito constitucional de
resposta.
Embora
o governo tenha promulgado uma Lei de Proteção de Dados Pessoais, durante o
caso de Brunson, a mídia turca publicou nomes, detalhes pessoais, fotos e
atividades específicas da igreja em um contexto negativo, afirmou o relatório.
O membro de uma igreja cristã foi acusado por um jornal de circulação nacional
de apoiar uma organização terrorista após ter visitado uma igreja na cidade de
Van. Ele teve seu nome e o nome de sua empresa publicados abertamente, o que
levou a uma perda de contratos da empresa.
Cristãos não têm seus direitos
preservados
Cristãos
das cidades de Diyarbakir, Mardin, Izmir e Manisa tentaram uma ação judicial
contra a “propaganda traiçoeira”, ligada ao caso do pastor Brunson, contra suas
igrejas e líderes, diz o relatório. Mas as autoridades ou se recusaram a
investigar ou não puniram os acusados. O relatório também reiterou os vários
casos de problemas não resolvidos que a igreja protestante turca enfrentou na
última década. Como por exemplo, a dificuldade de estabelecer lugares de culto
e restrições legais para a realização de seminários ou outros tipos de educação
religiosa formal para crenças não muçulmanas. Eles apontaram também a ausência
de um caminho legal para a obtenção de uma identidade como congregação
religiosa.
O
governo não convida a comunidade cristã ou seus representantes para encontros
de grupos religiosos que organiza. Além disso, o governo não reconheceu, ainda,
a Associação de Igrejas Protestantes, formada em 2009. Outro fator apontado
pelo relatório é que membros estrangeiros de igrejas cristãs residentes em
Istambul, Izmir, Mersin e outras cidades foram deportados ou tiveram a
reentrada no país negada em 2018, enquanto outros receberam notificação para
deixar o país em dez dias, após terem renovação do visto negada.
Das
150 igrejas protestantes existentes no país (mais concentradas em Istambul,
Ankara e Izmir), apenas dez têm um prédio oficial – a maioria deles prédios
históricos. Há cerca de 25 igrejas domésticas que não são legalmente
reconhecidas. A nota positiva é que em 2018 uma igreja teve aprovação para
formar uma fundação religiosa e outra está no processo, esperando aprovação.
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